segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ternura

Com a máquina a tiracolo, fui em busca de ternura para lhe tirar o retrato. Pensava que em qualquer canto me depararia com ela. Procurei-a nos olhares que se cruzam na multidão da cidade. Procurei-a nos casais de namorados sentados no banco do jardim. Procurei-a no gato que apanha sol à janela. E também nas crianças que brincam nos baloiços do parque.

O certo é que a vi. Vi, sim. Mas bastou o tempo de preparar a máquina, de ajustar o zoom, para que, logo, logo, ela se esfumasse e se escondesse de mim. Tal como ela se escondeu entre a mão do Manuel e a mão da Tia Bia.


Mas eu sei que ela está ali, sossegada, aninhada em silêncio no quentinho da pele.



Publicado também para a Fábrica de Letras, cujo tema de Abril é "Ternura".

5 comentários:

  1. Há imagens que valem mais que mil palavras e é bem verdade! =)

    ResponderEliminar
  2. Andar anda... mas muito escondidinha... encontrar ainda se encontra mas, cada vez, menos na moda ;)

    Bjos

    ResponderEliminar
  3. Mas é mesmo uma ternura... esta mãozinha do Manuel na da tia Bia!
    Rog

    ResponderEliminar