domingo, 31 de julho de 2011

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Olhar de verão (4)




Em fim de tarde, saindo da praia...

Olhares apressados num verão demasiadamente ocupado ...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bolinhos de coco

No ano passado, por esta altura, este bloguesito de esquina, resolvia participar na festa de aniversário do Figo Lampo, um blogue de sabores divinalmente partilhados pela Margarida. Respondi ao seu convite, como já tenho respondido a desafios de outros blogues, numa relação de conhecimento limitada ao espaço da blogosfera. Mas se o mundo é pequeno, a blogosfera também. É que, passados alguns meses, tendo eu criado um perfil no facebook, que praticamente só uso por motivos profissionais, acabei por descobrir que afinal a Margarida e eu nos conhecíamos na “vida real” e que até já fomos colegas de trabalho. Foi uma feliz e agradável surpresa.


Este ano a Margarida festeja o terceiro aniversário do seu Figo Lampo e eu, por maioria de razão, não poderia deixar de responder ao seu desafio.


Ela convida-nos para a festa, desafiando-nos a confecionar e a publicar uma receita que de algum modo se inspire na temática numérica do “três”.


Dei voltas à cabeça e aos rascunhos de receitas que tenho, perdidos por entre as páginas dos livros de culinária aqui de casa. Convinha que fosse uma coisa fácil… nada de muito exigente para um blogue pouco dado às receitas.


E encontrei. No meio de umas fichas de cozinha, arrancadas a velhas revistas e guardadas numa capa de cartolina, estava um pedaço de papel cor-de-rosa, meio enrugado com um curto apontamento. Pequei nele, fui para a cozinha e assim nasceram os meus bolinhos de coco, feitos apenas com três ingredientes, dos quais três ovos. Por muito singelos que sejam, acho que os meus bolinhos de coco não irão fazer má figura na festa da Margarida.




Receita:


3 ovos


250 g. de coco ralado


250 g de açúcar


Mistura-se tudo. Coloca-se em pequenas formas de papel plissado e vai ao forno para dourar.



Os meus parabéns à Margarida e ao Figo Lampo!



terça-feira, 26 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

Passeio de Domingo (59)




O tempo é de crise... já se sabe. Por isso, convém dizer não ao desperdício. Assim, deixo hoje um passeio de domingo feito de sobras. São sobras de três passeios que já por aqui mostrei. Agora... digam lá se mesmo só com uns restos de passeio o Algarve não é lindo?








quarta-feira, 20 de julho de 2011

Olhar de verão (1)



A seca

Secaram-se as palavras uma por uma. Primeiro secaram as mais pequenas, as que cabiam em pouco mais de duas ou três letras. Definharam rapidamente sob o sopro quente do vento. As maiores ainda tentaram resistir. Agarraram-se umas às outras entrelaçando és e às. Os pês esticaram-se o mais que podiam, os tês tentaram fazer sombra sobre os cês e os is. Foi tudo em vão. Pela força do calor desvaneceram-se os acentos e as cedilhas e, quando chegou a noite, nada mais havia senão um monte de letras murchas, incapazes de contar a mais pequena história que fosse.

sábado, 16 de julho de 2011

Tristeza




Rios de tristeza brotaram-lhe dos olhos. Numa torrente incontrolável inundaram-lhe o quarto, a sala, a cozinha… As águas em fúria soltaram-se pela porta e pelas janelas. Ensoparam os caminhos. Por fim, cansadas, aconchegaram-se numa vala, formando um lago que ela tratou de cercear com uma barreira de esquecimento. Aguarda agora que o sol aqueça forte e que as águas se evaporem, separando as boas gotas dos detritos que arrastaram.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Xerém



Não estou aqui para enganar ninguém e, como sabem, este blogue não é nada isento. Por isso aqui fica o apelo para a votação no xerém com conquilhas, o prato algarvio finalista na iniciativa 7 Maravilhas da Gastronomia.

Se nunca provaram, tratem de o fazer. É muito bom. Se não tiverem à mão... ou será ao pé...? um restaurante que o sirva, aqui fica uma receita facultada por outra algarvia marafada.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A pose

Ao ver hoje a fotografia de uma familiar minha, verifiquei como muitos de nós posamos de forma ridícula para a máquina dos retratos. Se estivermos junto a uma árvore ou a algum arbusto… lá ficamos nós a olhar para o flash… mas de mãozinha agarrada aos galhos, às flores ou à fruta. Olhei para fotografia da minha familiar que, de pé debaixo da árvore, segurava nas nêsperas que pendiam sobre a sua cabeça. Não era por certo uma posição confortável, mas lá estava ela, meio de esguelha, de mão no ar, eternizada naquela posição.


Lembrei-me logo de outras poses semelhantes que enchem os álbuns aqui de casa. Fui ver. E lá estava uma prima minha, na horta, agarrada a uma árvore de fruto em flor. E a minha avó junto a uma roseira em semelhante facho(1). Uma amiga posando toda torcida para segurar nas flores de uma trepadeira.


Eu própria não fico para trás. Encontrei-me retratada de braço esticado para alcançar uma rosa, segurando num ramo de amendoeira em flor e afagando um pinheiro de natal cheio de enfeites brilhantes. Ri-me com gosto. Que figurinhas! Atualmente quase nunca me dedico às poses fotográficas… mas depois do que vi hoje, juro… não me apanham nunca mais agarrada aos ramos das árvores.



(1)- Quando dou por mim escrevo “algarvio” . Dizer “facho” é como dizer má figura, má compostura.

domingo, 10 de julho de 2011

Passeio de Domingo (57)



Hoje estou sem tempo para passeios. Ficam aqui umas vistas da minha rua e agora vou atender as visitas que estão quase a chegar para uma caracolada ali no páteo.





sábado, 9 de julho de 2011

Água fresca



Está tanto calor, hoje. Agarro no copo e encho-o de água refrigerada pela máquina ligada à corrente elétrica. Bebo e acalmo a sede. Este é um gesto banal. Bebe-se água fresca e não se pensa mais nisso. Mas se eu decidir pensar, lembro-me que não há mais de 30 anos que a eletricidade chegou aqui à terra. Mas eu bebia água fresca assim mesmo. Era água da chuva, retirada a baldes do fundo da cisterna e guardada na enfusa de barro. Assim se mantinha a água fresca.

Jogo

Mas nunca mais acertam nisto... ?
É que já não há "paciência" para jogar mais uma vez e outra e outra... a pensar que porque é jackpot é que vale a pena.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

As asas do tempo




De que matéria são feitas as asas do tempo? Com que energia se movem? Que viagem é esta… em que deixamos de controlar o veículo que nos transporta? Acho que o meu está com uma avaria nos travões.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Vergonhas

As duas grandes tendas, de tipo militar, estavam montadas no cimo da colina verde que se elevava por detrás do castelo. Cada uma delas tinha duas grandes filas de camas – leitos de ferro – separadas por um corredor central que ligava as duas aberturas de entrada e saída. Era aí que ficavam acomodados os mais velhos, já adolescentes. Rapazes numa tenda, raparigas noutra. Os mais novos dormiam lá em baixo, no castelo, junto às instalações onde também funcionavam o refeitório e os balneários.
Naquele mês de julho, enquanto não chegava agosto e a grande viagem rumo a Portugal, galgando os mais de 2000 km no Simca 1000 cor de vinho que o meu pai conduzia dia e noite, parti em colónia de férias para a região da Dordogne, no sudoeste francês.
Gloriosos dias de diversão esperavam por mim, com caminhadas, caças ao tesouro, acampamentos junto ao rio, canoagem, festas noturnas à volta de uma fogueira e ao som das guitarras dos monitores do campo… Nestas férias de feliz independência, proporcionadas pelo município onde residia, também passei por algumas “vergonhas”.


Na efervescência da idade, a hora dos duches proporcionava quase sempre divertidos episódios. Nos balneários, tal como nas tendas, havia um lado para os rapazes e outro para as raparigas. No corredor de acesso, uma cortina separava as alas. Era uma cortina muito movimentada, sempre a correr de um lado para o outro à custa das invariáveis incursões proibidas dos rapazes na ala das raparigas. Armados em chicos espertos lá vinham eles, de fugida, espreitar as meninas que, surpreendidas sob o chuveiro, se viravam de costas e soltavam gritos, fracos arremedos de sustos. Numa dessas ocasiões, resolvi armar-me em forte. Vendo movimento junto à fronteira balneária, cheguei-me a ela embrulhada na toalha e gritando: “ Já vos vimos… vocês não têm nada… coitados…não têm nada!”, afastei violentamente a cortina. Quem a ajeitava, do lado de lá, era um dos nossos monitores, rapaz nos seus garbosos vinte anos, que também tomava o seu duche naquele momento e que ali estava, na minha frente, com as suas “vergonhas” totalmente desavergonhadas.


sábado, 2 de julho de 2011

Porque viajas?

Quando uma agência de publicidade e marketing decide ajudar a promover Portugal como destino turístico, faz uma apresentação como a que está aí em baixo e cria uma página no facebook para incentivar a partilha de informação sobre o nosso país. Essa agência é a Nylon e parece que é das que dispõe do maior número de criativos comparativamente com outras do ramo. Afirma que "o melhor remédio para crises económicas é a acção com soluções e não com manifestações".


Parece-me bem.




sexta-feira, 1 de julho de 2011

Festa na aldeia




Hoje comi chícharos pela primeira vez na minha vida. Comi um jantar de chícharos nas Festas Populares de Boliqueime que decorrem até domingo. O “core-businness” destas festas - também sei algum inglês técnico - é a tradição, em especial a gastronómica, já que se compõem essencialmente de tasquinhas onde podemos degustar os comeres de outros tempos: xerém, jantar de milhos, cabidela de galinha, carne de porco frita… e jantar de chícharos.


Nunca tinha provado. Não me lembro de a minha mãe alguma vez ter feito este prato. Gostei. Mas também… gosto de quase tudo. Em criança carecia de apetite, mas tornei-me aquilo a que chamamos de boa boca. A sobremesa foi um carriço e um café de borras. Seguiram-se algumas voltinhas em torno da igreja, espiolhando as ementas dos outros e apreciando a etnografia local.



Todos os anos, repito a dose. Ah… santa terrinha!