terça-feira, 30 de abril de 2013

12 meses: abril


Por causa do adágio popular “abril, águas mil”, a palavra que me veio à mente para ilustrar este mês foi “chuva”. E cá está a minha imagem de chuva para o desafio 12 meses da j. do blogue azul turquesa.
Este abril não fez jus ao ditado popular pois não foi nada chuvoso. Salvou-se esta fotografia tirada mesmo no início do mês, ainda sob a influência de março que, esse sim, foi diluviano.




domingo, 28 de abril de 2013

Passeio de domingo (145)


De partida para um passeio que se vai prolongar por alguns dias, o domingo fica com esta pequena caminhada que fiz na sexta-feira. E ele que não se queixe pois os dias de férias são sempre domingo. 







sexta-feira, 26 de abril de 2013

Uuhg...


Já cá andam grudadas nas minhas paredes. Chega o bom tempo e logo as osgas se mostram por aqui. Eu sei que são inofensivas e que até são prestáveis já que tratam de comer os muitos insetos que também por cá proliferam mas não deixo de sentir um arrepio cada vez que me encaro com uma delas. Uuhg…


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Celebrando o dia


À falta de cravos, celebro com as flores mais avermelhadas que encontrei aqui ao pé de casa, num curto passeio de fim de tarde. Não sei como se chamam mas, pequenas que são, cobrem boa parte do terreno que fica aqui atrás. Por estas bandas a diversidade da flora é tal, que de cada vez que vou dar uma volta, consigo descobrir espécies diferentes.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Luar de abril



Esta noite tenho a lua assim. Está ali, nas traseiras da casa e quando passei com o alguidar de roupa a caminho do estendal, piscou-me o olho. Não resisti. Apressei-me a pendurar as camisas, as meias e as calças. Larguei o alguidar emborcado sobre a mesa onde também está o cesto das molas e vim correndo espreitá-la. Gosto de olhar para ela por entre as folhas da árvore. Esta noite tenho a lua assim, nas traseiras da casa, a sorrir para mim.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Livro


Havia já muitos anos que estava ali, apertado, na estante. A sua história era pequena. Não tinha mais que cinquenta páginas, contando palavras e desenhos. Alguns desenhos estavam pintados de cores garridas mas nem por isso achava que eram mais bonitos que os desenhos a preto. Esses combinavam com a cor das palavras. Tinta preta sobre fundo branco. Ou sobre fundo que já fora branco. Ao fim de tantos anos as suas folhas acabaram por tomar um tom amarelo, quase castanho nos cantos exteriores. Mas isso não importava. Tanto mais que já ninguém o folheava. As palavras queixavam-se de não serem lidas. A última página ouvia os suspiros da primeira e as do meio chegavam a soluçar de tristeza. Quando algum vizinho era retirado da estante, mudava um pouco de posição. Inclinava-se para ora para a esquerda, ora para a direita e aproveitava para desentorpecer as folhas. Havia já muitos anos que não chegava a sua vez de sair da estante. Não lhe adiantava de muito queixar-se aos maiores que costumavam empurrá-lo de um lado para o outro. Não queriam saber. O que lhes importava o sentimento de tão pequena e insignificante criatura? Eles sim, eram interessantes. Serviam para tirar dúvidas e estavam constantemente a ser utilizados. E o pequeno livro, o da pequena história escrita e desenhada em pouco mais de cinquenta páginas percebeu que tinha de fazer alguma coisa. Não podia mais conter o desespero das suas palavras encurraladas. Precisava de se mudar para onde o voltassem a ler. Esperou, atento, pela primeira oportunidade e, num dia 23 de abril, aproveitando que a estante ia ficando mais vazia com a saída de alguns dos seus vizinhos importantes, respirou fundo, abriu-se ao meio, sacudiu as folhas e levantou voo, em busca de leitor.


domingo, 21 de abril de 2013

Passeio de domingo (144)


Entre o mar e o campo, num passeio agendado previamente por quem está hoje fora do Algarve, e que aconteceu há poucos dias por paisagens dos concelhos de Portimão e Lagoa. O domingo aproveita.







sexta-feira, 19 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Uma casa


Ali já não ecoam vozes nem se ouve o rumor das águas escorrendo dos alcatruzes. Já não se sente o cheiro da comida fumegando na cozinha.

Ali já só se ouve o vento sibilando pelas frestas e as folhas das árvores que estremecem ao redor. Ali ficaram abandonadas as paredes de vidas que já foram e que não sei.

Sigo caminho e apresso o passo. Ao longe, ouço um cão que ladra guardando o monte de casas novas.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

A primavera


Gosto da primavera. Claro. Ela traz o bom tempo, as flores, os passarinhos…
Ah. Pois. Os passarinhos.
Também gosto de observar os passarinhos. E de os ouvir cantar. 
Mas porque é que, nesta bela época do ano, os danados escolhem sempre o meu pátio como retrete? É que ninguém aguenta lavar a rua para que ao fim de algumas horas já esteja totalmente salpicada de excrementos aviários.
Afinal, nem sempre gosto da primavera.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Costura


No tempo da costura havia um quarto onde as primas modistas tinham a máquina, a mesa, a régua, a tesoura e o lápis para marcar o tecido. Nem sempre era um lápis. Às vezes era com um pedaço de sabão azul e branco que desenhavam no pano as peças de roupa que iam fazer. Cortavam, alinhavavam com a linha branca, grossa, que se partia facilmente com um puxão.

No quarto da costura havia uma cama coberta com uma colcha colorida feita de mil e uma rosetas de croché. Eu sentava-me nela e ficava a ouvir as conversas das primas modistas.

Por vezes, ensinavam-me a chulear. Eu agarrava-me à agulha, à linha e às bainhas esforçando-me por deixar o ponto bem alinhado. Todo certinho. Também me ensinavam a casear. Para essa tarefa havia que ter ainda mais cuidado pois era obra que ficava à vista.

O tempo da costura foi substituído pelo tempo do turismo e outras tarefas melhor remuneradas passaram a ocupar as primas modistas.

Do tempo da costura não me sobrou muita arte. Encostei-me a quem a tinha e fiquei-me pelos indispensáveis arranjos caseiros. Pouco mais do que pregar um botão e remendar uma meias.


terça-feira, 9 de abril de 2013

Todos os patinhos...


Ainda estou aqui a pensar nos cinco ou seis patinhos que corriam estrada fora esta tarde. Circulavam apressados no meio do trânsito infernal das seis da tarde, junto ao separador central da Nacional 125, no sítio do Patacão, à saída de Faro. Os carros formavam fila ao abrandar o andamento com receio de os atropelar. Eles lá iam em passo de corrida, não sei com que destino. Ainda estou aqui a pensar até onde terão conseguido chegar e de onde teriam vindo. Com que aflição não andaria a mãe pata sem saber das crias? Terão sobrevivido à aventura em que se lançaram esta tarde?


domingo, 7 de abril de 2013

Passeio de domingo (142)



A rota de hoje até  incluiu mais do que um local de passeio mas por aqui ficam apenas as imagens da última etapa, numa das minhas praias de eleição, a Rocha Baixinha.







sábado, 6 de abril de 2013

Mãos


Vi-te desenhada na parede. Estavas ali, na sombra das rendas penduradas no estendal. As tuas rendas. Vi-te ali como se visse um poema. Nos delicados contornos das rosetas vi as tuas mãos. Vi-as tal qual estavam nos últimos dias. As tuas mãos que cavaram. As tuas mãos que amassaram. As tuas mãos que coseram e entrelaçaram tantos fios. Que juntaram tantos pontos. As tuas mãos que desenharam o poema que continuo a ver na sombra das tuas rendas, ali, penduradas no estendal.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Há dias assim...


Uma pessoa abre o facebook e o que é que tem à vista no seu feed? Um post da filha com fotografia do bolo que o mano acabou de fazer no seu regresso a Lisboa depois das férias da Páscoa. Uma pessoa nem fazia ideia que o filho tinha jeito para a doçaria. E pronto… fica frente ao monitor a babar-se. Pelos filhos que tem, e pelo bolo de chocolate.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cire aseptine


Gosto de folhear revistas antigas e acho imensa piada aos velhos anúncios publicitários. Numa revista de 1937 encontrei este pequeno anúncio, quase em jeito de notícia, e lendo-o até ao final descobri que publicita o creme cire aseptine. Lembrei-me de já ter usado este creme. Foi há muito tempo. Ao contrário do creme nívea que mantém a sua visibilidade e está presente nas prateleiras de qualquer supermercado, o cire aseptine desapareceu-me da vista. Este pequeno anúncio de outros tempos fez-me procurar novamente pelo creme que é daqueles que se dizem bons para tudo: rosto, mãos, cotovelos, calcanhares… Tenho um fraco por estes produtos que resolvem todos os problemas… ou quase. Um pouco como a banha da cobra. E pronto. Lá fui eu a correr até à farmácia à procura do dito creme. E não é que encontrei?
A publicidade, ainda que velhinha, cumpriu o seu papel. Aqui a consumidora foi direitinha na cantiga. Agora, de certeza que vou ficar com a pele maravilhosamente suave.