segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Dicionário

Consultei o dicionário online e fiquei alarmada. Na infopédia afixa-se o “top ten” das palavras mais pesquisadas do momento. Em primeiro lugar está esventrar.


Das restantes nove, tudo conforme. Três de entre elas são plafond, plafonar e plafonamento.

O espelho

Olho-me ao espelho. Desiludida, vejo que deixou de ser amigo. Mostra-me os anos que passam e me marcam o rosto. Aquela ruga está mais acentuada. E já dou com outra em que, até agora, não tinha reparado. Uma mancha castanha toma liberdades e assenta arraiais ali na testa. Um pelo teima em crescer-me no queixo. Arranco-o sabendo que voltará.

Olho-me ao espelho. Quem dera quebrá-lo. Inspiro. Expiro. Suspiro. Resisto.

Olho-me ao espelho. Sei que ele ainda é meu amigo. É o amigo de verdade. É aquele que não  está cá para me fazer fretes. Não me dá palmadinhas nas costas. Vê-me tal como sou e não me ilude. Reconcilio-me com ele. Vou continuar a olhar-me ao espelho. Sei que só ele me pode ajudar a manter a lucidez, a tranquilidade, a aceitação.

domingo, 27 de setembro de 2015

Passeio de domingo (275)


O passeio de hoje não é de hoje. Foi agendado previamente. Tem pouco mais de uma semana mas vai ter que servir para este domingo já que é um daqueles dias em que prevejo não ter possibilidade de o editar. É um final de tarde, em Vilamoura.








terça-feira, 22 de setembro de 2015

Publicidade


No acesso à praia deparo-me com este teaser. Com a expectativa no auge, passeio pelo areal mas não tenho a sorte de confirmar a veracidade do anúncio.  Agora só já penso na próxima ida à praia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A charcutaria

No supermercado, a charcutaria é frequentemente um foco de ansiedade. Ora levo com o jovem empregado ainda em aprendizagem, que se atrapalha na dobragem do papel protetor do fiambre, ora apanho com a empregada tomada de um cansaço inexplicável que lhe retarda os movimentos.

Hoje calharam-me os clientes atrasados e saídos, de repente, do nada com senha anterior à minha.   O rapaz da charcutaria, que não era o aprendiz mas que também não ficava a dever muito à rapidez, começou a chamar pelos números. Vinte e dois… E nada. Vinte e três… E nada. Vinte e quatro …E nada. Vinte e cinco… E nada. Atrás de mim uma senhora rodava velozmente o braço no ar para lhe dizer que era para passar à frente. Vinte e seis… e nada. Vinte e sete… E quando eu me aproximava, já levantando a mão com a minha senha 27, surge, esbaforida, a senhora da 22, reclamando que os números tinham passado muito depressa. O rapaz da charcutaria, encolhendo os ombros, começou a atendê-la. Eu a encher-me de paciência. É só mais um bocadinho. Estava o rapaz a aviar o queijo da 22, quando, lampeira, se aproxima uma jovem. Olhe, desculpe, eu tenho a senha 24. E pronto. Lá ficou o 27 estagnado no ecrã luminoso por mais um atendimento e eu a roer-me em silêncio. Era para ser uma passagem rápida pelo supermercado. Só precisava mesmo de fiambre e de iogurtes. Calma. É já a seguir. A fila de clientes já se adensou entretanto e vem de lá uma jovem empregada que, depois de arranjar uma encomenda de frango assado, se decide a ajudar o colega e, vá de roupa, apita para senha 28. Alto! Lá tive eu que lhe acenar com a minha 27.

Um drama, como facilmente se percebe. Eu que já tinha um trauma de supermercado com a caixa, que por muito que observe as filas, o conteúdo dos cestos e dos carrinhos e a agilidade da menina ou do menino da registadora, acabo sempre por escolher a que anda mais devagar, tenho agora também o trauma da charcutaria. 

domingo, 20 de setembro de 2015

Passeio de domingo (274)


A três dias da chegada do outono, o verão parece estar a dizer “daqui não saio, daqui ninguém me tira”. Por isso o passeio de domingo serviu para confirmar que há uma diversidade grande de “fauna” que continua a povoar alegremente a praia. Esta é a dos Olhos de Água. 








terça-feira, 15 de setembro de 2015

A vida é bela (94)

...com exercício físico.


"Nadismo"

Ora, cá está uma excelente atividade que não desdenho adotar. E gostei de saber das práticas aplicadas nalgumas grandes empresas. Só que, pensando bem, no meu local de trabalho há pessoal que necessita precisamente do inverso. 

domingo, 13 de setembro de 2015

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Igual

No desenho dos dias, que agora se oferecem cada vez mais pequenos, encontro tudo igual. O despertador volta a tocar à mesma hora. Na leve ansiedade dos recomeços, desperto antes dele. O trânsito da nacional vai, aos poucos, retomando ares de normalidade. Volto a estacionar na rua de sempre. Refaço o mesmo caminho até ao trabalho. Chego cedo. Os gabinetes ainda em silêncio retomam devagar a sua função. Ainda há gente de férias. Há gente que falta. Como sempre. Há gente que me alegro de ver. Outra gente, nem tanto. Há uma caixa de correio eletrónico atulhada. Há pendentes. O telefone ainda não dá por mim. Entre as mesmas paredes, com a mesma vista, refaço os mesmos gestos. Anoto as tarefas prioritárias que vou riscando à medida da sua conclusão. Ainda as risco devagar. Fora isso, encontro tudo igual.

domingo, 6 de setembro de 2015

Passeio de domingo (272)


Passeio previamente agendado para domingo fora da rede e por caminhos incansavelmente repetidos. Ali para os lados da Rocha Baixinha.









sábado, 5 de setembro de 2015

Colorir

Fim de férias. Fim de verão. Dia cinza fresco. Dia certo para usar o estojo de lápis e o caderno com desenhos para colorir que estão aqui mesmo à minha frente.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Poente


Nunca sei como é que se pode achar um poente triste.
Só se é por um poente não ser uma madrugada.
Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?


Alberto Caeiro

Ainda setembro...


Armação de Pêra (Silves) – 02-09-2015 – 18h30


Figueira (Vila do Bispo) – 02-09-2015 – 16h00