quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O estranho caso de Tagik, o berbere contador de histórias



Entretanto, o pássaro azul, de papo cheio, saltitava de prateleira em prateleira, por uma das galerias que se desenhava frente ao rei e este, deixando o velho cego a falar sozinho no vestíbulo, resolveu seguir o percurso que a ave empreendera, confiante que ela haveria de o conduzir a uma saída. Um pássaro, pensava o rei, não fazia sentido senão livre, voando a céu aberto.  Nesta certeza, acompanhou a ave que seguia por intermináveis corredores de estantes, repletas de livros, umas iguais às outras, ao ponto do rei achar que caminhava em círculo, passando uma e outra vez pelo mesmo local. O rei já estava em perfeito desespero quando o pássaro pousou numa prateleira, junto a um livro de grandes dimensões, com capa de couro velho e título gravado a ouro. “O homem das quatro vidas” leu o rei, enquanto o pássaro vocalizava repetidamente “tagik, tgik, tagik, tgit, tagik”. O rei retirou o livro da estante, abriu-o sobre uma mesa de leitura que se encontrava à sua direita e ao virar a primeira página…

Fascículo 6

E mais aqui.

E, a não perder, o final da história (ou o principio de mil e uma outras) aqui.

17 comentários:

  1. Céus! Será que o rei conseguirá sair da biblioteca?
    :))

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  2. Já tinha visto noutro blogue.
    Está bestial.

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  3. Cuca,

    Será, até, que ele vai querer sair da biblioteca? Será, até, que ele descobre nunca ter saído de lá? ... :))

    Pedro,
    Gosto muito destas coisas assim, esquisitas (quase cadavre-exquis).

    Conta corrente,
    Provavelmente no sítio de quem o quiser fazer. :)

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  4. Conta corrente,
    atualizo: acabei de ver o fascículo seguinte no blogue A vez de Maria http://amariasoueu.blogspot.pt/

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  5. A biblioteca é o universo, diz o velho cego. Talvez seja um vórtice de onde nunca escapamos verdadeiramente. (E o que eu já procurei em tempos por esse mesmo livro de capa de couro velho e título gravado a ouro?).

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  6. xilre,
    Não escapamos mesmo. Até aqui, nos blogues, vamos girando, girando, envoltos em ficções infindas e sugados por esse poder de atração insuperável do vórtice.

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  7. ...vou esperar pelo fascículo seguinte.O homem tinha quatro vidas, os fascículos são quatro...

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  8. Bea,
    Os fascículos são mais do que quatro. É segui-los. :)

    Gaja Maria,
    Força, que é excelente!

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  9. Muito bom Luisa.
    O livro com o título gravado a ouro terá de ser actualizado até ao homem das mil e umas vidas. :)

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  10. estou viciado... agora quero saber como acaba, nem sei se vou conseguir pregar os olhos e dormir :)
    muito bom, gosto pra lá de tanto

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    1. Como assim queres saber como acaba? Acaba como tu quiseres que acabe? :)

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  11. Que nó cego é esta história.
    BFS, tenho de ir pensar na vida.

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  12. Boa tarde Luisa,
    Uma historia muito interessante.
    Gosto da sua escrita envolta em suspense.
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Ailime

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  13. bea,
    Precisamos de histórias, com ou sem nó. :)

    Ailime,
    Melhor ainda são as que pode ler seguindo os links...

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  14. Impontual,
    O Manel Mau-Tempo encarregou-se disso. :)

    Manel Mau-Tempo,
    Tu é que lhe deste um jeito e tanto. :))

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