domingo, 30 de outubro de 2016

sábado, 29 de outubro de 2016

Posts escolhidos

Para experimentar a “pisar a relva com amor” como sugere hmbf em Antologia do Esquecimento.

Para escutar o nosso coração como sugere Miss Smile, em Notas de Chá.

Para ler a cidade contada por Isabel Mouzinho, em Isto e aquilo.

A vida é bela (111)

... banhada a ouro.



sexta-feira, 28 de outubro de 2016

De quem nos morre

Não, ela não esquecia, porque não é possível esquecer. As pessoas que nos morrem nas mãos, as pessoas que enterramos em aguda dor, as pessoas que passamos a escrever entre duas datas, as pessoas com quem nos habituamos a conversar sem resposta, a procurar nos cheiros e nos objectos que deixaram, as pessoas que nos habitam as molduras e as paredes do coração, que continuam a viver alimentadas pelo nosso sangue e a respirar o nosso ar, não se esquecem.



O primeiro livro publicado pela autora do blog Uma Rapariga Simples teve hoje apresentação pública. Eu, que já a lia, fui ouvi-la falar sobre a forma como surgiu a história desta novela e perceber como a escrita pode exorcizar uma perda. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Aprendiza

Ensina-me.

Ensina-me as cores do céu
cambiantes de azul e cinza
de água e fogo.
Ensina-me a voz do vento
a voz do mar.
Ensina-me os sons da terra
o grilo nas moitas
a cigarra nos troncos
o canto do homem
as aves.
Ensina-me a luz dos dias
as noites longas
a lua reinventada
sempre.
Ensina-me as palavras.
Ensina-me os nomes
e o verbo que os anima.

Ensina-me.

domingo, 23 de outubro de 2016

Passeio de domingo (328)



Em domingo sem margem para passeio, fica aqui o meu final de dia de ontem, com cheiro a tomilho seco mas molhado de chuva.








sábado, 22 de outubro de 2016

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Uma carta

Quando percebeu que, mais do que um bouquet de flores, ela gostava de arranjos de palavras, decidiu-se e escreveu-lhe uma carta.

domingo, 16 de outubro de 2016

Passeio de domingo (327)


Para este domingo escolhi o passeio de sábado. São poucas horas de diferença e acredito que não me levarão a mal. O sítio, que vai não vai vem aqui parar, é fácil de reconhecer.










Bucolismo de panela

Debruçada sobre o lava-louça, vou desfolhando longas hastes de espinafres para a sopa que estou a preparar. Uma a uma arranco-as com pequenos mas decididos puxões. Arranco-as como quem desfolha um malmequer. Loves me, loves me not. Il m’aime un peu, beaucoup, à la folie, pas du tout. Repito os movimentos, repito as palavras, numa ronda infindável. Esqueço-me do que coube à última folha e a torneira, de água corrente, encarrega-se de baralhar todos os dados. Lavo, em cada folha, cada possibilidade, como quem precisa desesperadamente de remover os pequenos torrões de terra endurecida, ou as pequenas larvas de insetos aconchegadas no verde e toda a poeira do ar que se incrustou ali, aqui, em mim. No jogo de palavras do refrão mecanicamente repetido perco a noção da dúvida, esqueço o questionamento, embalo-me no ritmo hipnótico das sílabas, desprendo-me do chão, deixo-me levar pelo vento sem pensar, até que, num remoinho mais forte, pouso de novo os pés na terra e deito as folhas lavadas na panela.

sábado, 15 de outubro de 2016

O mistério do mundo


(…)
Na nora do quintal da minha casa
O burro anda à roda, anda à roda,
E o mistério do mundo é do tamanho disto.

(…)

Álvaro de Campos*, in Ode Triunfal, 1914

* nasceu  em Tavira, no dia 15 de outubro de 1890

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Coincidências

Entretenho-me a ver desejos nas coincidências. Esta não é uma prática isenta de riscos. Assim, por prevenção, procedo sempre a uma razoável toma de analgésicos e anti-inflamatórios.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Pequena fuga de luz em sol menor


Para além dos blogues...

…há pessoas.

Algumas, eu já tive o gosto de conhecer porque um dia me atrevi a participar num encontro de pessoas dos blogues. Essas que conheci, posso dizer que são uma simpatia só. Cada uma com as suas idiossincrasias, cada uma sabendo respeitar as outras. Essas que conheci, posso dizer que são pessoas genuínas, divertidas, amigas de conviver. Tanto que repetem regularmente encontros de pessoas dos blogues. E está para acontecer mais um, desta vez organizado pela Graça Sampaio do blogue picosderoseirabrava. Fica aqui o aviso, para quem quiser ir um pouco para além dos blogues.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Tatoo

Trago-te tatuado no lado de dentro do peito.
Não sei como isto foi suceder. Estás lá numa palavra, num poema, num desenho, numa cor, num suspiro, numa dor, num quadro pintado a óleo, numa linha de horizonte, num jogo de futebol, num andamento de música, no canto de uma ave, num aroma, num sabor.
Só eu te vejo, te leio, te sinto aqui inscrito.
Indelével, em mim.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A dança

Outro dia, ao rés dos quilómetros de estrada que fazia, sentada de pendura e olhando a paisagem desfilar à minha direita, ia ficando meio tonta sempre que passavam por mim alguns pinhais. Era ao final da tarde, na hora da luz dourada, quando o sol se insinua por trás dos troncos negros e brilha entre as fendas das copas das árvores. Intrigada, olhei melhor. Foi quando percebi que o que me entontecia era uma valsa. Ali, entre os pinheiros, olhando o céu, estávamos nós a rodopiar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Amor

Jovens. Eram tão jovens e franzinos. Ele segurava uma criança de colo no braço direito. O esquerdo abraçado a ela. Desciam a rua. Uns poucos passos e logo paravam para ele a beijar. Um beijo breve, junto à orelha. A camisa de xadrez abraçada às ancas dela, sobre os jeans, balouçava ao ritmo do caminho que seguiam. Os meus olhos, atentos ao trânsito mas atraídos por aquele amor que bailava no passeio do meu lado esquerdo. E o pudor em mim a não querer que o olhar se tornasse excessivo. Invasivo. Mas como resistir àquele amor?

Aditamento

... ao post das músicas por aí.

É que também Existe sempre um lugar, do A. Gomes.
E há ainda o Arts and Kits, da Ana Freire.

domingo, 2 de outubro de 2016

Passeio de domingo (325)


O campo, nas imediações de casa, resolve-me muitas vezes a questão dos passeios a agendar previamente para os domingos que não se prestam a passear.